Alergia em bebês e crianças: tipos, sintomas, causas e tratamentos

As alergias são bastante comuns no Brasil. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ABAI), aproximadamente 30% da população brasileira possui algum tipo de alergia, sendo que 20% dos alérgicos são crianças.

Com isso, os pais ficam alertas a todo e qualquer sinal que possa significar uma alergia em seus filhos, visto que esse problema pode ocasionar irritações no bebê e até mesmo evoluir para situações mais graves.

O que é alergia?

As alergias são reações imunológicas do nosso organismo contra substâncias que deveriam ser inofensivas. Geralmente elas acontecem ao comer, respirar ou tocar essas substâncias, chamadas de alérgenos.

No entanto, o presidente do Departamento de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Herberto Chong Neto, explica que nem tudo que coça ou causa vermelhidão pode ser considerado alergia. 

“Para ser alergia tem que ter participação de um anticorpo chamado imunoglobulina E a gente tem como fazer pesquisa desse anticorpo, identificando o alérgeno que está trazendo a interferência na doença alérgica desta criança”, explicou.

Todo ser humano pode apresentar alergias, no entanto, bebês e crianças podem apresentar quadros com mais frequência, que vão desde coceira, vermelhidão, ardência, até casos mais graves como alergias respiratórias.

Tipos de alergias em bebê

São diversas alergias que podem se manifestar no bebê, e é preciso ficar atento aos sinais para buscar ajuda e entender melhor como se recuperar de um quadro alérgico. 

Dentre as alergias mais comuns estão a respiratória, causada por asma ou rinite, a alimentar, causada por algum alimento, ou a dermatite atópica, que pode ser desencadeada por substâncias perfumadas, tecidos de lã ou fibra, banhos longos, estresse e até mesmo poluição.

Alergias respiratórias

Bebês e crianças podem desenvolver alergias respiratórias, que se não tratadas, podem se tornar graves. Dentre as mais comuns estão a rinite, bronquite e asma, em alguns casos elas podem causar falta de ar, dor no peito, dentre outros sintomas.

Asma

A asma é uma doença inflamatória que afeta as vias aéreas, fazendo com que fiquem mais estreitas e, consequentemente, dificulte a passagem do ar. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, mais de 20 milhões de pessoas sofrem com crises de asma no Brasil.

Ácaros, pólen das flores, fumaça de cigarro, poluição, fungos e mofos são fatores que podem desencadear uma crise asmática, com sintomas como tosse constante, dificuldade em respirar, fadiga, chiado no peito, dor no peito e respiração rápida e curta.

Bronquite

A bronquite é uma doença respiratória que inflama os brônquios e alvéolos do pulmão. Essa doença pode ser bacteriana ou viral e pode ser desencadeada por poluentes no ar, fumaça de cigarro e até mesmo ácaros.

Em uma crise de bronquite, é comum que a criança apresente febre, chiado no peito e cansaço.

Rinite

A rinite é uma inflamação na mucosa do nariz, gerando irritação na região. Com isso, é comum que o bebê sinta muita coceira e apresente espirros constantes. Uma das principais causas da rinite é a poeira e os ácaros presentes no local.

Dentre os principais sintomas desta alergia estão a coriza, o nariz coçando, os espirros constantes, a inquietude do bebê, o congestionamento nasal e o choro frequente.

Alergia alimentar

A alergia alimentar, como o próprio nome já diz, é ocasionada pela ingestão de alguns alimentos, e elas tendem a aparecer justamente no momento da introdução alimentar. 

Com a criança conhecendo novos alimentos, os papais precisam ficar atentos caso algum sinal se manifeste na criança. Alimentos como leite, ovo, soja e até peixes são comuns de causar alergia nos bebês.

Esse tipo de alergia necessita uma atenção especial para conseguir diagnosticar com precisão qual foi o ingrediente que se tornou um alérgeno, visto que em casos mais graves, pode levar até mesmo à morte. 

Alguns sintomas de alergia alimentar são: urticária na pele, tosse, vômito, diarreia ou intestino preso, gases e dor abdominal, e em casos mais graves falta de ar e choque anafilático.

Há crianças também que se tornam intolerantes à lactose, e por isso, não podem consumir derivado do leite de vaca, e também os intolerantes a glúten, que devem evitar o consumo de farinhas, pães e outros preparos que possuem a proteína.

Dermatite atópica

A dermatite é um tipo de alergia que afeta a pele da criança. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria: “A dermatite atópica é uma doença crônica. A pele em geral é mais seca e surgem áreas inflamadas e avermelhadas principalmente nas pregas dos cotovelos e joelhos. A coceira é o principal sintoma. Inicia, geralmente, nos primeiros anos de vida e afeta com maior frequência crianças cujos pais têm asma, rinite ou mesmo dermatite atópica. Além disso, algumas crianças podem ter esse quadro associado ao de outras doenças alérgicas, como asma, rinite, conjuntivite alérgica e alergia alimentar”.

Como a pele do bebê é mais sensível, diversos fatores podem ocasionar uma dermatite, desde o uso de produtos de higiene como fraldas, até mesmo o uso de perfumes, banhos quentes, roupas com tecidos como lã e fibra, poluição, entre outros.

A dermatite ocorre porque existem alterações genéticas que rompem a camada de proteção e deixam a pele mais suscetível à penetração de substâncias irritantes, gerando inflamação. A pele mais ressecada provoca coceira, e quando a criança coça, abre novas fissuras na pele, fazendo com que mais substâncias entrem no corpo da criança, gerando um ciclo interminável de coceira-lesão-coceira.

Para diminuir o risco de aparição de uma dermatite, os pais podem seguir algumas dicas, que vão auxiliar no cuidado com a pele da criança e evitar o surgimento de lesões. Veja algumas dicas:

1) Dê banhos rápidos na criança, entre 10 e 15 minutos, com água morna e pouco sabonete;

2) Utilize sabonetes líquidos infantis ou sabonetes específicos para crianças alérgicas;

3) Evite banhos com espuma, buchas ou que sejam muito quentes;

4) Um banho ao dia é o ideal para crianças com dermatite. Lembre-se também de hidratar a pele logo após sair do banho;

5) Falando em hidratação, lembre-se de hidratar a pele da criança ao menos duas vezes ao dia;

6) Opte por utilizar somente roupas de algodão;

7) Lave as roupas do seu filho com sabão líquido, sem amaciante e faça duplo enxágue ao final;

8) Corte as unhas da criança com frequência;

Alergia em bebê de fralda

Os bebês que utilizam fraldas tendem a possuir alergias, principalmente as que atingem a pele. Pelo produto estar sempre em contato com a pele da criança, e em alguns casos conter perfumes, algodão e também ficar úmido, é muito fácil dar reações indesejadas na pele da criança.

Além disso, a pele da criança fica em contato com urina e fezes, e algumas substâncias presentes podem ocasionar reações alérgicas onde o contato acontece, ou seja, nas pernas, cinturas, bumbum e região íntima. 

Portanto, os papais devem ficar atentos em caso de aparição de vermelhidão, pequenas bolinhas, pele irritada e quente, descamação, assadura e pequenas lesões, afinal tudo isso poderá significar alergia. 

No entanto, existem algumas dicas para evitar alergia e fazer com que a pele da sua criança esteja sempre muito bem cuidada. Para isso, troque as fraldas frequentemente, lave o bumbum do bebê com água durante a troca de fraldas, seque o bumbum do bebê sempre com toalha, evite usar fraldas apertadas, e sempre que puder, deixe sua criança sem fraldas.

Mas se seu filho já apresentou alergia à fralda, você pode lavar a região com chá de camomila, visto que a bebida possui propriedades que vão acalmar a pele da criança. Além disso, exponha a área afetada ao sol, e passe pomadas hipoalergênicas na região.

Como identificar alergia em bebê

Algumas alergias em bebê são fáceis de identificar, visto que são aparentes a olho nu. Já outras é necessário a consulta com um médico para que ele possa avaliar e dar o diagnóstico correto do problema. 

Nos casos da alergia de pele, fique atento a sinais de ferimentos, vermelhidão, coceira ou qualquer outro sintoma que possa aparecer. Já nas alergias respiratórias, outros sintomas como febre, coriza, espirros e irritação da criança podem acender o sinal de alerta.

Por fim, as alergias alimentares tendem a ser mais graves, portanto fique atento a sinais de inchaço, vômito, diarreia, dificuldade em respirar, cólicas e gases, refluxo, dentre outros problemas, e busque um médico para o diagnóstico correto.

O pediatra pode pedir um teste de alergia, para ter a certeza da condição do seu filho e indicar o tratamento mais adequado para a situação. 

Como prevenir alergia em crianças

São diversas as recomendações para prevenir alergias em crianças, e tudo vai depender de qual tipo de alergia estamos tratando. No caso de alergias respiratórias, o ideal é evitar a exposição a fumaça e poluentes, manter a casa sempre limpa, minimizando a poeira e o mofo, e ficar atento a qualquer sinal que possa aparecer.

Já no que diz respeito a alergia alimentar, opte por introduzir novos alimentos um de cada vez, a partir dos seis meses de idade, e observe as reações. Em caso de sintomas, corte a ingestão de determinado alimento e procure um médico para mais informações.

Por fim, em alergias de pele, mantenha a pele do seu bebê sempre limpa, seca e hidratada. Em caso de coceiras, machucadas ou vermelhidão, procure um médico pediatra para melhor condução do problema. 

Em qualquer um dos casos, consulte um pediatra antes de iniciar qualquer medicação, e apenas inicie o tratamento com o aval do médico responsável. 

Considerações finais

As alergias são comuns no dia a dia, e os bebês, principalmente, são os maiores afetados, visto que ainda possuem pele muito sensível, e estão conhecendo o mundo. 

São diversas as alergias possíveis, mas para bebês, as respiratórias, de pele e alimentar são as mais comuns. Portanto, o ideal é que papais e mamães fiquem atentos aos sinais apresentados e busquem um médico para um diagnóstico mais correto.

Algumas alergias podem ser graves e ocasionar até mesmo a morte, portanto, qualquer sintoma e sinal é necessário para que a criança faça o tratamento correto o quanto antes e não tenha problemas mais graves. 


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