O repelente infantil é a melhor forma de proteger os pequenos de picadas de mosquitos e outros insetos durante as suas aventuras ao ar livre. No entanto, a escolha do produto exige um cuidado redobrado por conta de sua pele sensível e delicada.
Pensando nisso, montamos esse guia com orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) para lhe ajudar a escolher o melhor repelente infantil para o seu filho.
Saiba mais e garanta proteção contra as picadas sem abrir mão da segurança, tranquilidade e bem-estar.
Como o repelente infantil funciona?
O repelente é definido como uma substância que transforma a atmosfera venenosa para os insetos, evitando que a pessoa seja picada por eles.
Para ser considerado o melhor repelente infantil, o produto deve conter algumas características, como: repelir diferentes espécies ao mesmo tempo por mais ou menos 8 horas, ser atóxico, ter pouco cheiro e ser resistente à água.
Principais ativos do repelente
A Sociedade Brasileira de Pediatria segue as orientações da Environmental Protection Agency (EPA) para determinar quais são os princípios ativos liberados para o uso em crianças. São eles:
DEET
Descoberto em 1953, até hoje é um dos principais ativos usados em repelente infantil contra dengue e outros tipos de insetos.
Para as crianças, a concentração recomendada é abaixo dos 30%. Porém, vale ressaltar que a ANVISA só libera o uso do produto com DEET a partir dos 2 anos de idade.
Lembrando que menor a concentração do ativo, menor o tempo de proteção. Para garantir a segurança, sempre siga as recomendações da embalagem.
Picaridina/Icaridina
Efetiva contra mosquitos, moscas, carrapatos e outros insetos, esse ativo está presente em diferentes tipos de repelentes, como loções, sprays e lenços umedecidos.
Comparado com o DEET, a icaridina é mais efetivo contra o mosquito transmissor da malária, dengue e carrapato. Além disso, garante um tempo de proteção maior já que evapora mais lentamente. Para completar, não causa irritação na pele ou nos olhos.
Recomendado para crianças menores, a icaridina costuma estar presente em repelente para bebê.
IR3535
Liberado para gestantes, com apenas 20% de concentração, este princípio ativo é eficaz contra os principais mosquitos transmissores de doenças, como o da dengue.
A sua eficácia é bastante parecida com a do DEET e está liberado no Brasil pela ANVISA para uso a partir de 6 meses. Apesar de ter baixa toxicidade, o IR3535 tem mais chance de irritar os olhos e a pele.
Óleos Vegetais Limão-Eucalipto (Citridiol)
A versão sintética desse repelente natural com concentração entre 10% e 14% proporciona eficácia e duração equivalente ao DEET. Sua maior vantagem está na proteção contra carrapatos.
O seu uso é recomendado a partir dos 3 anos de idade e é liberado para gestantes. Contudo, não é recomendado utilizar o produto perto dos olhos, boca e orelhas e por baixo das roupas. Pessoas com pele atópica podem ser mais suscetíveis a irritações durante a aplicação.
Como saber qual repelente infantil é de longa duração?
Antes de escolher um repelente infantil de longa duração para chamar de seu, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) alerta para alguns cuidados que devem ser levados em conta.
O primeiro passo é conversar com o seu pediatra para entender se o produto já pode ser usado pelo seu filho e qual a recomendação dele quanto ao princípio ativo. Os mais comuns e liberados pela ANVISA e Organização Mundial da Saúde (OMS), são:
- Icaridina: uso permitido no Brasil em crianças a partir dos 6 meses idade. Quando a concentração é de 25%, o tempo de proteção pode chegar a ser entre 8 a 10 horas.
- DEET: em concentração de até 10% pode ser utilizado em crianças maiores de 2 anos. O repelente com esse ativo não deve ser aplicado mais que 3 vezes ao dia em crianças de 2 a 12 anos.
- IR 3535: com concentração de até 30% é liberado pela ANVISA para crianças acima de 6 meses. Seu período médio de proteção é de 4 horas.
Os repelentes naturais não são recomendados por serem altamente voláteis, terem uma proteção de curta duração e não protegerem contra o Aedes Aegypti.
Para os pequenos de até 6 meses, a orientação é evitar o uso de qualquer produto, mesmo o repelente para bebê. Nesses casos, o indicado são os mosquiteiros e roupas protetoras.
Também não é recomendado o uso de repelentes elétricos que contenham produtos químicos no ambiente que eles estão. Para proteger o lugar, instale telas na gela e deixe o ambiente mais refrigerado possível. Os mosquitos são atraídos por calor e umidade.
De maneira geral, o uso de repelentes deve ser evitado em crianças menores de 2 anos. Se for extremamente necessário, converse com o pediatra para ter a melhor orientação possível.
Outras formas de evitar insetos
Além do uso do repelente, você também pode apostar em outras formas de proteger os pequenos contra as picadas de mosquitos e outros insetos. Confira as dicas que preparamos:
- Prefira roupas que vão proteger a maior parte do corpo.
- Roupas coloridas atraem insetos, assim como perfumes.
- Dispositivos com luz azul são ineficazes na proteção contra insetos.
- Para bebês menores de 2 anos, invista em barreiras físicas, como roupas longas e mosquiteiros.
- Suor também atrai insetos, então sempre levar isso em conta.
- Abre as janelas e portas após o nascer do sol e as feche antes dele se pôr.
- Instale telas nas janelas e portas.
- Invista em mosquiteiros nas camas e berços dos pequenos.
- Aplique produtos à base de permetrina nas telas, mosquiteiros e cortinas.
- Se puder, use ar-condicionado. Insetos não gostam de ambientem climatizados.
- Faça a dedetização periódica da casa.
- Mantenha o terreno da casa limpo para evitar a presença de insetos voadores.
- Quem tem animal de estimação deve ter cuidado redobrado para pulgas e carrapatos.
Para o combate a dengue, reforçamos que o controle do ambiente é a medida mais segura e importante. Por isso, não deixe água acumulada em pneus, lixo, copos plásticos, tampas de garrafa e mais.
Como aplicar o repelente
Para uma aplicação segura do produto, sempre siga as instruções da embalagem do repelente escolhido. Isso porque as orientações podem variar de marca para marca. Além disso, temos algumas outras dicas:
- Não deixe que a criança passe a noite com repelente no corpo.
- Não permita a autoaplicação. Ao deixar o pequeno passar o produto sozinho, ele corre mais risco de passar a mão com o repelente nos olhos e na boca.
- Evite o uso próximo a boca, nariz e olhos e em pele irritada ou ferida.
- Evite a aplicação por baixo das roupas.
- Evite a reaplicação com frequência.
- Qualquer sinal de reação adversa após o uso do repelente, lave a área com o produto e entre em contato com o seu pediatra.
Perguntas e respostas
- Todos os insetos podem causar reação alérgica?
Qualquer inseto que pique pode causar alergia em uma criança que seja mais suscetível. Os mais comuns são os mosquitos, pulgas, carrapatos e percevejos.
Normalmente os pequenos só apresentam alguma reação à picada após os 6 meses de vida. Isso porque para que ocorra a sensibilização alérgica, são necessárias várias picadas recorrentes.
2. Quais são os sintomas da reação alérgica?
A área que sofreu a picada fica avermelhada com bolinhas e causa uma coceira incômoda. A reação pode durar algumas semanas se não for tratada, mas em geral ela desaparece rápido e não deixa nenhuma cicatriz permanente.
3. Quando usar repelentes?
Invista no repelente durante passeios com maior risco de exposição aos insetos, como praias, parques e fazendas. Reforçamos que o uso mais seguro do produto é a partir dos 6 meses de idade.
4. Como tratar as picadas de inseto?
Converse com o seu pediatra ou dermatologista para encontrar o melhor tratamento. Normalmente, são indicados pomadas específicas que diminuem a inflamação e antialérgicos orais.
5. Posso usar o protetor solar junto do repelente?
A combinação dos dois produtos não costuma ser muito recomendada porque o protetor solar exige mais reaplicações durante o dia. Contudo, de maneira geral, você pode usar os dois ao mesmo tempo seguindo algumas orientações.
Primeiro, aplique o filtro e espera cerca de 15 minutos para a pele da criança absorver bem o produto. Depois desse tempo, você pode passar o repelente por cima.
Conclusão
Proteger os pequenos de picadas de insetos não precisa ser uma tarefa difícil. Ao longo do texto, falamos um pouco mais sobre o repelente infantil e os principais pontos que devem ser levados em conta na hora de escolher um para o seu filho.
Uma das principais características que devem ser levadas em conta é o seu princípio ativo, especialmente para quem está especificamente procurando um repelente infantil contra dengue.
Além disso, a indicação de faixa etária e a aplicação correta são outros dois pilares essenciais para garantir segurança e bem-estar às crianças.
Seguindo nossas dicas para escolher o melhor produto e as dicas de aplicação, você vai poder aproveitar a liberdade de curtir ao ar livre com quem mais ama sem se preocupar com picadas indesejadas.
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